Nesta sexta-feira (21/3), Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a bacharel em Educação Física Kelly Tairine, de 31 anos, relatou ter passado por uma situação constrangedora em uma farmácia de Feira de Santana. Ela, que reside no distrito de Oliveira dos Campinhos, em Santo Amaro, afirmou que foi tratada de forma discriminatória por uma atendente do estabelecimento.
Ao FALA GENEFAX, ela relatou que, ao sair do trabalho, pegou um transporte por aplicativo para realizar compras e se dirigiu a uma drogaria localizada na Avenida Marechal Deodoro.
No local, solicitou um desodorante a uma funcionária e, ao lembrar de um medicamento necessário, dirigiu-se à seção correspondente. Durante esse percurso, notou um pote de creatina de uma marca conceituada por um preço significativamente mais baixo do que o habitual. Por conhecer suplementos, decidiu verificar a validade, o lote e o estado de conservação do produto.
Ao perceber que alguns potes apresentavam alterações na consistência, examinou cerca de três unidades antes de escolher um. Nesse momento, uma atendente, que já a observava, pediu que registrasse o produto na seção de medicamentos antes de se dirigir ao caixa. Estranhando a abordagem, Kelly questionou o motivo, pois suplementos são produtos expostos livremente e passam diretamente pelo caixa.
Mesmo desconfortável, ela seguiu até outra funcionária e perguntou se esse procedimento era padrão. A funcionária negou, confirmando que a orientação recebida não condizia com as regras da farmácia. Indignada, Kelly decidiu não levar o produto e, do próprio caixa, chamou a atendente que a abordara e a confrontou: “Meu bem, aqui está a creatina que você achou que eu iria roubar e me fez passar por um procedimento que não costuma ser realizado. Eu sou preta, mas sou honesta”.