Apesar das expectativas criadas, nem a prefeitura de Salvador nem o governo da Bahia concluíram as reformas administrativas antes do final de 2024. Bruno Reis e Jerônimo Rodrigues vivem momentos distintos das respectivas gestões e o saldo dessas mudanças de tabuleiro terão impactos na percepção do eleitorado sobre o futuro deles enquanto políticos. Talvez seja essa razão pela qual a imprensa tem investido tempo em apurar quem ocupará o primeiro escalão.
O prefeito Bruno Reis viverá um bom tempo em lua-de-mel com o eleitorado. Reeleito com margem de sobra, ele deu indícios que não tem pressa para mexer no secretariado. “Eles estão performando” tem sido repetido todas as vezes que alguém pergunta sobre o tema. A verdade é que há, em alguns pontos, certa fadiga de material, enquanto será também necessário arrumar espaços para o arranjo eleitoral de outubro. Todavia, Bruno pode fazer mudanças apenas no próximo ano e isso não mexer na forma como o público enxerga administração dele.
Como as urnas deram respaldo à atuação dele e a lua-de-mel persiste por pelo menos um semestre após a posse (salvo algum desastre), Bruno não deve enfrentar questionamentos ao modo empurrar com a barriga qualquer permanência ou substituição da equipe. Por enquanto, apenas Renata Vidal e Cacá Leão já tiveram confirmada a continuação, porém já é sabido que Giovana Victer e Luiz Carreira também deve ficar. O resto pode ficar para 2025.
Já Jerônimo vive aquele instante de metade de gestão, sob questionamentos sobre a capacidade dele para comandar a Bahia. Até aqui, o governo ainda surfa em projetos dos antecessores e mesmo a fábrica da BYD, que poderia ser integralmente capitalizada por ele, tem sido alvo de denúncias que acabam respingando nos contratantes – fora que ele não conseguiu associar a imagem dele a essa conquista importante para o estado. As mudanças, inclusive, são esperadas como uma espécie de freio de arrumação, para garantir que a máquina rode bem no ano pré-eleitoral. Por isso há maior atenção nas alterações na Bahia do que nas mudanças da prefeitura de Salvador.
Do que já foi anunciado, Jerônimo trocou seis por meia dúzia. Adolpho Loyola assumiu, finalmente e formalmente, as Relações Institucionais e André Curvello deixou a Comunicação, depois de quase 10 anos. Essas foram as alocações mais significativas. Fora isso, nada de novo no front. E o governador ainda tem que acomodar novos aliados e os antigos derrotados nas urnas. A matemática é complexa, mas não é impossível. Esse é o desafio de quem tem que fazer mudanças com o carro em movimento, torcendo para que elas impactem positivamente do ponto de vista político-eleitoral.
Contudo, ambas as reformas não devem ser encerradas antes do próximo dia 31, o que deve deixar espaço para mais especulações, mais pressões entre os aliados e gerar expectativas que podem ser frustradas. As escolhas serão decisivas não apenas para 2025, mas para o que tanto um quanto o outro esperam das próprias administrações.
Fonte:bahianoticias