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O tratamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) muitas vezes é um desafio para aqueles que são portadores da condição, que é celebrada nesta quarta-feira (18), dia do Orgulho Autista.

Para otimizar parte do processo, a inteligência artificial (IA) tem sido integrada ao trabalho em algumas clínicas. Um exemplo é o uso da IA para organizar dados de pacientes e automatizar registros médicos, como feito através da plataforma Ninsaúde Clinic.

Por meio de um cruzamento de dados, a ferramenta gerencia uma série de informações ligadas ao tratamento, permitindo um acompanhamento completo da trajetória da pessoa. A plataforma também possui funcionalidades como a transcrição de áudios de prontuários gravados em consultas e a busca automática da Classificação Internacional de Doenças (CID) — código criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para categorizar enfermidades. “A plataforma não só organiza, como aprimora o processo do tratamento dos autistas. Equipes multidisciplinares [realizam] o tratamento de um paciente autista e todo esse acompanhamento e evolução desse paciente — desde o processo de [o] receberem na clínica, quanto receber valores dos convênios — pode ser acessado na plataforma”, explica Helton Marinho, sócio-fundador da plataforma.
Uma das funções da ferramenta é facilitar a conexão entre os pacientes e o acesso aos tratamentos, já que a rede de convênios que oferecem opções de acompanhamento é limitada. Através do software, é possível realizar um melhor faturamento desses convênios, o que ajuda a conectar as pessoas com TEA às possibilidades disponíveis.

“O paciente procura a clínica geralmente por indicação para aquele tratamento. E aí é a clínica que cobra do convênio. Então, a clínica ajuda, [através da plataforma] esse paciente a ter o acesso ao tratamento”, explica o fundador.

A Ninsaúde existe há 13 anos e é utilizada por clínicas de atendimento a pessoas autistas em todo o Brasil, assim como países como Peru, Portugal, Moçambique e Bolívia. No estado da Bahia, um dos espaços de saúde que explora a ferramenta é a clínica Incentivar Núcleo do Desenvolvimento Infanto Juvenil, que fica no bairro da Pituba, em Salvador. Para Aline Bezerra, terapeuta ocupacional e sócia-diretora da clínica, a ferramenta transformou a forma de atendimento.

Cerca de 200 pacientes são acompanhados na unidade e a plataforma digital ajudou a monitorar o desenvolvimento de cada um deles. De acordo com ela, a digitalização dos prontuários das diferentes áreas que passam pelo tratamento de pessoas autistas foi essencial para a construção de um atendimento mais direcionado para cada paciente.

“É uma ferramenta que vem desempenhando um papel de organização de forma eficaz mesmo para a gente. Para a pessoa com TEA, [é] preciso dar uma previsibilidade, temos que ter uma constância e uma individualização de cada processo. Então, foi uma ferramenta que nos deu esse suporte importantíssimo”, destaca.

fonte:g1

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